Meteorito provoca cratera de 30 metros ao cair na fronteira do Peru

LIMA - Um meteorito caiu na noite de sábado na região peruana de Puno, perto da fronteira com a Bolívia, formando uma cratera de 30 metros de diâmetro e seis de profundidade, informou nesta segunda-feira a imprensa local.

Segundo fontes da Direção Territorial da Polícia, os alarmados habitantes da região ouviram um grande barulho, que parecia ser de um avião em queda.

Posteriormente, as testemunhas viram no céu um objeto luminoso em chamas que se chocou contra a terra, produzindo uma explosão que deixou restos de matéria carbonizados.

O meteorito não feriu nenhuma pessoa, mas as autoridades investigam se os restos achados na região são de animais que podem ter morrido carbonizados em viturde da explosão.

Os camponeses da localidade temem o surgimento de alguma doença, já que lascas de chumbo e prata foram liberadas no choque do fragmento de meteoro com o solo, informou a emissora local "RPP".

Especialistas observam os restos do meteorito - EFE

O membro da Academia Nacional de Ciências, Modesto Montoya, disse à agência estatal "Andina" que a queda de meteoritos no Peru não reveste perigo algum, a não ser que atinjam alguma estrutura.

- Nenhum dos vários meteoritos que caem no Peru e fazem perfurações de tamanhos variados são prejudiciais para pessoas, salvo que caiam em uma casa - disse Montoya.

Em junho, outro meteorito caiu na colina Mascapampa, na província de Arequipa (sul), deixando a população alarmada.

Peruanos passam mal após queda de meteorito

LIMA - Dezenas de moradores de Lago Titicaca, no Peru, deram entrada nos hospitais da cidade nesta terça-feira após visitarem o local onde um meteorito caiu na noite de sábado, formando uma cratera de 30 metros de diâmetro e seis de profundidade .

- Examinamos cerca de 100 pessoas que chegaram perto da cratera e que apresentaram sintomas, como vômito e dores de cabeça, devido aos gases liberados no local - disse Jorge Lopez, diretor da área de Saúde do Instituto Geofísico do Peru.

- Os moradores estão com medo - afirmou ele.

- Nós (do instituto) também chegamos próximos da cratera e estamos com dores de garganta e coceira no nariz - completou Lopez.

O meteorito não feriu nenhuma pessoa, mas as autoridades investigam se os restos achados na região são de animais que podem ter morrido carbonizados em viturde da explosão.



Cientistas acham 'kriptonita' em mina na Sérvia

LONDRES - Super-Homem que se cuide. A kriptonita parece ter deixado de ser coisa de ficção científica depois que foi identificado, em uma mina na Sérvia, um novo mineral que tem características químicas semelhantes às descritas na história do Super-Homem.

De acordo com o filme e as histórias em quadrinho do herói, a kriptonita absorve os seus superpoderes quando ele é exposto aos grandes cristais verdes do mineral. A kriptonita de verdade, no entanto, é branca e inofensiva, disse Chris Stanley, do Museu de História Natural de Londres.

- Receio que não seja verde e nem brilhe, embora reaja com luz ultravioleta com uma fluorescência laranja rosado - disse ele.

Fórmula

Pesquisadores do grupo de mineração Rio Tinto descobriram o minério incomum e pediram a ajuda de Stanley quando não conseguiam identificá-lo ao comparar com os materiais conhecidos. Assim que conseguiu descobrir sua composição, o especialista de Londres ficou chocado ao descobrir que a sua fórmula já constava na literatura - embora a de ficção.

- Na etapa final da minha pesquisa, eu procurei na internet usando a fórmula química do minério e fiquei surpreso ao descobrir que o mesmo nome científico, escrito em uma caixa com uma pedra contendo kriptonita roubada pelo (vilão) Lex Luther de um museu em Superman - O Retorno.

No rótulo está escrito hidróxido de silicato de sódio lítio boro com flúor.

- O novo minério não contém flúor (ao contrário do filme) e é branco ao invés de verde mas, em outros aspectos, a química é semelhante à da rocha que contém criptonita.

O minério é relativamente duro mas tem uma granulação muito fina. Cada cristal individual tem menos de cinco micras de diâmetro (1 micra equivale à milésima parte do milímetro).

Propriedades

Para identificar a estrutura atômica do minério, foram usadas as sofisticadas instalações de análise do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá e a assistência dos pesquisadores Pamela Whitfield e Yvon Le Page.

- Ao conhecer a estrutura do cristal, os cientistas podem calcular outras propriedades físicas do material, tais como sua elasticidade e propriedades térmicas - explicou Le Page. - Poder analisar todas as propriedades de um mineral, tanto químicas quanto físicas, abre a porta para confirmar que ele é realmente único.

Descobrir que a composição química de um material foi uma cópia exata de uma fórmula inventada "foi uma coincidência de uma vez na vida", acrescentou.

O minério não pode ser chamado de kriptonita pelas regras internacionais de nomenclatura porque não tem nada a ver com crípton ou criptônio - um elemento de verdade da Tabela Periódica que tem a forma de gás. Assim, ele receberá formalmente o nome de jadarita, quando for qualificado no European Journal of Mineralogy ainda neste ano.

Jadar é o nome do local onde fica a mina sérvia onde o mineral foi encontrado. Stanley disse que se os depósitos existirem em quantidade suficiente, o mineral pode ter algum valor comercial. Ele contém boro e lítio e dois elementos valiosos com muitas aplicações.

- Vidros de borosilicato são usados para envolver lixo radioativo processado, e o lítio é usado em baterias e na indústria farmacêutica.

Cidade sueca é mudada de lugar

Uma cidade está sendo literalmente mudada de lugar na Suécia.

Kiruna, cidade ártica famosa por abrigar o Hotel do Gelo e a maior mina de ferro do mundo, está ameaçada por rachaduras provocadas no solo por décadas de extração de minério de ferro.

A solução para o problema é mudar a cidade para outro lugar, a quatro quilômetros de distância - casas, prédios, igreja, prefeitura, escolas, sistema de água e esgoto, estrada e ferrovia.

Todo o centro da cidade situada 145 quilômetros acima do Círculo Ártico será transferido.

No total, mais da metade de Kiruna - o segundo maior município do mundo, em área - será desmontada ou demolida. São no total 20 mil quilômetros quadrados, para uma população de 24 mil habitantes.

Na primeira fase da megaoperação de mudança, caminhões vão rebocar as primeiras 70 casas.

"Isso é muito triste. E talvez a nossa casa seja a próxima", disse a moradora Kerstin Josefsson à TV sueca.

É uma mudança complicada, planejada há três anos, e que deve levar pelo menos 30 anos para ser concluída.

Complicada e cara: a LKAB, a empresa estatal de mineração que emprega 1,8 mil habitantes, vai pagar a maior parte da conta, estimada em 30 bilhões de coroas suecas (equivalente a cerca de US$ 4,4 bilhões).

Kiruna nasceu com o início da mineração do ferro, em 1890. Mas a indústria que deu origem a cidade começou a consumir as próprias fundações de Kiruna.

Durante mais de 50 anos, a LKAB extraiu o minério da superfície do solo e do topo de uma montanha.

Mas a partir da década de 60 foram abertas minas subterrâneas no Monte Kiirunavaara, base deste maior depósito do mundo. Foi aí que começou o problema.

A extração do minério no subsolo de Kiruna provocou rachaduras, que se expandiram lentamente, ameaçando as fundações de casas e prédios.

O centro da cidade, situado ao pé do monte Kiirunavaara, está em uma zona crítica de perigo de desabamento - razão pela qual toda a área central será deslocada para a base do monte Luossavaara, a quatro quilômetros de distância.

A cidade depende da mina para sobreviver.

Especialmente agora, no momento de alta na demanda global por ferro, impulsionada em grande parte pelo crescimento da China.

Parte das casas e prédios de Kiruna será demolida e reconstruída no novo local.

Algumas casas serão simplesmente rebocadas. E outras construções vão ser desmontadas, pedaço por pedaço, e remontadas no novo centro da cidade - incluindo a histórica igreja da cidade, construída em 1913 em madeira e eleita, em 2001, como a mais bela construção da Suécia. Até a Prefeitura vai ser desmontada, em seis partes.

Entrevistado pela TV sueca, o vice-prefeito da cidade observou que a mudança de Kiruna pode se tornar um modelo para outras cidades - especialmente aquelas situadas em áreas litorâneas ameaçadas pela elevação do nível dos mares, que deve ser provocada nas próximas décadas pelas mudanças climáticas no mundo.

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